domingo, 30 de dezembro de 2012


ORÁCULO DO PÃO DE 30 E 31 DE DEZEMBRO DE 2012


Há alimento mais ritualístico que o pão, cereal mais reverenciado que o trigo, momento mais significativo que o compartilhar do alimento? Acredito que não.




PÃO ESSÊNIO

Ingredientes:
3 copos de trigo
3 copos de água

Exatamente por isso resgatei uma cerimônia que tempos atrás cumpria todas as semanas: preparar, assar e ofertar pães àqueles que amo. Trancava-me na cozinha, meditava, e com espírito de doação fazia de cada etapa um ritual: a escolha dos ingredientes, o preparo da massa, a espera do levedar e, com grande ansiedade aguardava o instante certo de tirar o pão do forno para poder distribuí-lo.

De acordo com Magui, autora de "Oráculo do Pão – Alquimia e Milagre", pão é comunhão, é o Cristo presente em nós, é a conexão com a terra, o encontro com o céu, o suor do rosto, uma benção de Deus. É multiplicação, magia e milagre. É a comunhão do feminino, simbolizado pela água, com o masculino - o fogo que a tudo transforma transforma. 

Portanto, não é por acaso que esse alimento, há mais de seis mil anos acompanha a história do homem. 

Para os egípcios o pão era parte do pagamento dos trabalhadores. Para alguns povos da antiguidade clássica ele significava alimento; para outros, riqueza. E, mesmo tendo sido, a partir do início da Idade Média, relegado a um simples produto caseiro, o pão ainda hoje preserva seu sentido sagrado.


O Trigo - Reguengos de Monsaraz, Evora


Por esse motivo, dedico a você o pão que hoje preparei, com amor e carinho, honrando os quatro elementos – a terra, a água, o ar e o fogo. 

Ao afagar a farinha, reverenciei o grão e a terra; ao adicionar água à mistura, pedi que esta purificasse nossa alma; ao acrescentar o fermento, roguei ao ar para expandisse nossa mente com sua leveza e, por fim, ao levar a massa ao forno, agradeci ao fogo por seu potencial transformador.





Gostou da carinha dele?


Desejo, portanto, que 2013 seja um ano de resgate: da simplicidade que talvez tenhamos perdido, de nosso sentido de plenitude, de nossa criança interior. 

Desejo, também, que as palavras de ordem que regem atualmente o mundo espiritual - amor, sabedoria, realização, saúde, prosperidade e transmutação -  estejam presentes no dia a dia de todos nós. 


CURIOSIDADES: A comemoração ocidental do Ano-Novo tem origem num decreto do governador romano Júlio César, que instituiu o dia primeiro de janeiro como o Dia do Ano-Novo em 46 a.C. Os romanos consagravam esse dia a Jano, o deus guardião dos portões divinos, que tinha duas faces (bifronte) - uma voltada para frente (visualizando o futuro) e a outra para trás (visualizando o passado). Seu nome deu origem ao primeiro mês do ano, Janeiro. 





O nome da corrida de São Silvestre, evento emblemático da passagem do ano no Brasil, não se deu por acaso. 

Em vários países da Europa a passagem do ano ou a celebração da véspera do Ano-Novo em 31 de dezembro é considerado um dia de reverência a São Silvestre e no folclore português esse rito está associado a uma crença popular. 
Reza a lenda, que a  Virgem Maria, encontrava-se triste contemplando o  Oceano Atlântico, quando São Silvestre dela se aproximou para levar-lhe consolo. A Virgem explicou-lhe, então, que estava com saudades da antiga Atlântida e, então, o santo sugeriu que criassem algo alegre que ficasse na memória dos homens. A Virgem, em seguida, chorou e suas lágrimas transformaram-se em “pérolas” no oceano, dentre elas a ilha da Madeira, e em lindas luzes espalhadas pelo céu. 

Credita-se a essa lenda o ritual do lançamento de fogos de artifício durante a noite de passagem do ano.

Bem, acho que por hoje é só.

Beijos e até o ano que vem. 

Com amor,

Cláudia


PS: Caso queira observar o milagre e o ritual da preparação do pão essênio acesse:


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sábado, 29 de dezembro de 2012


ORÁCULO DO PÃO DE 28 E 29 DE DEZEMBRO DE 2012




Você deve estar se perguntando o que os últimos posts tem a ver com o ritual do alimento - muita coisa, pois estão relacionados ao alimento da alma.

Portanto, em homenagem à minha amiga Carol, que com seu otimismo, sua determinação, seu humor, sua consciência – a lista de suas virtudes é tão longa que mal cabe em sua alma infinita - contagia a todos que dela se aproximam. E como ela mesma se define: “Sou uma mulher, jornalista, que acredita na justiça da vida, no plantar e colher, na lei da atração e que os bons são maioria”. Enfim, Carol é uma pessoa ímpar! (Basta ver)



O texto abaixo é de sua autoria e está postado em http://debatesempontodevista.blogspot.com.br/2012/12/voce-e-feliz.html

Acredito que ele não poderia ser mais propício para uma época em que quase todos param para fazer um inventário do ano que passou, planos para o futuro e desejar: “Feliz Ano Novo!”.

FELICIDADE

Você é Feliz?

Hoje ouvi de uma amiga que ela quer comprar um carro, mas tem medo; não se imagina dirigindo.

E, então, pus-me a pensar sobre quantas oportunidades deixamos passar por sentirmos medo, o qual muitas vezes é infundado; sobre as chances que desperdiçamos de ser mais felizes, de viver bons momentos, de realizar nossos sonhos.


Felicidade não é o momento, mas são os bons momentos que fazem nossa vida feliz. 

Aí ficamos esperando, colocando metas que quando realizadas nos farão "felizes"

"Quando eu me formar, serei a pessoa mais feliz do mundo",
"Quando eu me casar, serei feliz",
"Quando eu comprar um carro",
"Quando eu tiver um filho", 
"Quando....

E a felicidade nunca chega, está sempre no amanhã.

No entanto, para mim isso não funciona. Sempre acreditei na felicidade como estrada, não como destino. Estar feliz no hoje é o que me levará a ser ainda mais feliz no amanhã. 
Portanto, como exercício, complete a lacuna abaixo com pelo menos um item. 
" Sou feliz, porque  .......................... 

Portanto, não poderia deixar de partilhar com vocês uma experiência que vivi há dez anos quando participei de um curso de neurolinguística. Justamente no dia em que o professor estava explicando sobre a diferença entre felicidade e alegria; infelicidade e tristeza, eu me encontrava muito triste. Naquele dia, fazia exato um mês que minha mãe tinha falecido. E durante aquela aula conscientizei-me de que apesar de estar vivendo uma fase muito triste não era uma pessoa infeliz.

Desde então, sempre que passo por dificuldades penso naquele momento e percebo que não poderia ser mais feliz.


Sim, sou Feliz, e por isso, vou conseguir realizar meus sonhos, pois: 




Ás vezes, tenho vontade de dizer a algumas pessoas que amo: "Ei, se liga! Você é feliz, só não percebe isso porque está tão concentrado no que não tem, que não percebe tudo que tem, o que a vida já te deu”, ou, quem sabe dizer, "Ei, preste atenção! Oportunidades aparecem, deixe de se sentir uma vítima do destino e se abra o que a vida lhe apresenta”. 
Mas não o faço - isso levaria essas pessoas a se afastarem de mim; elas, provavelmente não compreenderiam o que eu quis dizer.

De modo geral, temos dificuldade de perceber tudo que possuímos. Não estou falando sobre bens materiais, mas tudo que realmente traz felicidade: amigos, família, um trabalho gratificante. Você pode não ter roupas de grife, mas não anda nu; talvez não tenha condições de frequentar o restaurante da moda, mas não está passando fome.

Não importa a dificuldade que esteja enfrentando - estar com pouco dinheiro, acima do peso, solteiro ou solteira - ela com certeza será mais facilmente superada caso se sinta feliz. 
Abra os olhos às oportunidades que a vida lhe apresenta hoje e pare de se lamentar por aquilo que acredite faltar para ser, de fato, feliz. 
Agradeço a Deus por ter compreendido isso cedo em minha vida.

 

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012


O ORÁCULO DE 26 E 27 DE DEZEMBRO FOI ESCRITO EM HOMENAGEM A MEU IRMÃO FERNANDO, QUE MESMO COM SEU JEITO DURÃO, É A PRÓPRIA PERSONIFICAÇÃO DA MENSAGEM ABAIXO (A QUAL JÁ FOI POSTADA DE MODO INTIMISTA, MAS AGORA TEM UM SENTIDO ESPECIAL).





HUMOR


Ver leveza quando a vida parece pesada.

Ver alegria quando a vida parece triste.

Ver graça quando a vida parece séria.

Ver doçura quando a vida parece amarga.

Ver sorrisos quando a vida parece rancor.

Ver amor quando a vida parece solidão. 

Deixar o riso correr solto quando o choro aperta.

Fê, beijocas
Clau

terça-feira, 25 de dezembro de 2012


ORÁCULO DO PÃO DE 25 DE DEZEMBRO DE 2012


E O VERBO SE FEZ CARNE




O céu se abriu e colocou seu fruto mais precioso em um útero humano.

O Onipotente, em um instante se fez frágil,

convertendo-se em carne.

Ele que é maior do que o Universo tornou-se embrião.

Ele que sustenta o mundo com uma palavra

escolheu ser nutrido por uma jovem

para do homem se aproximar.

Adaptação de texto de Max Lucato

domingo, 23 de dezembro de 2012


 CRÔNICA DE 23 E 24 DE DEZEMBRO DE 2012

HO, HO, HO!




Em meus cinquenta anos de vida, nunca vi um Natal tão muxoxô  e sem graça como este. Tanto que a foto acima é a única que encontrei para retratar o momento que estou vivendo. 

Não sei se na realidade o desânimo é meu ou se o espírito do Natal está se esvaindo, mas tenho sentido dificuldade em desejar “Feliz Natal!”. Parece-me um tanto  esquizofrênico desejar “Boas Festas” em face ao massacre ocorrido em 14 de dezembro na escola Sandy Hook em Newtown - até então uma pacata cidade na qual 20 crianças e seis adultos,foram mortos à queima roupa-; em face à onda de violência que assola o Brasil; em face às vítimas de tantos desastres naturais; em face ao descaso pela vida - nosso bem mais precioso.

Newtown ficará para sempre marcada pela tragédia, assim como todas as famílias que perderam seus entes queridos de modo brutal. Além disso,  acredito ser estarrecedor o fato de que em um período que deveria representar alegria e solidariedade, muitos sofrem de angústia e solidão, a ponto de,  segundo um estudo da Universidade de Yale, o percentual de suicídios praticamente dobrar durante essa época do ano.  

Portanto, peço que durante as festas de fim de ano, antes de desfrutar da mesa farta com a família, reserve um minuto de silêncio para orar por aqueles que sofreram, e ainda sofrem, a perda de um ente querido; por aqueles que padecem de solidão e agradeça a benção de estar vivo e poder partilhar desse momento com aqueles que lhe são caros.

Mas, caso esteja só, o que às vezes pode ser uma graça, segue uma “receita de bolo” que costuma ter bons resultados. 

Procure: 
Aproximar-se de amigos e familiares, mesmo que estes não sejam próximos;
      Divertir-se, mesmo que sozinho;
      Evitar pensamentos negativos;
      Evitar comparar-se com outros, afinal, tudo na vida é transitório;
      Usufruir dos momentos de solidão, buscando aquilo que lhe dá prazer.

 E, por fim, dê-se um presente: o notebook de seus sonhos, a calça jeans daquela marca famosa ou, quem sabe, um passeio pela praia. 

A escolha é sua. 

Desejo de coração um Feliz Natal a todos vocês e que este celebração os leve a resgatar o Cristo - o Sagrado, o Ungido, presente em todos nós. 

Com amor, 
Cláudia Coelho
   


CRÔNICA DE 21 e 22 DE DEZEMBRO DE 2012





O mundo não acabou em 21 de dezembro de 2012, como muitos profetizaram e aqui continuamos, juntos, vivendo um dia de cada vez. 

                                O AMANHÃ É HOJE 

Como é inútil querer prever o futuro e viver em função dele em vez de desfrutar do hoje; esse foi o aprendizado que me ficou de toda essa especulação.

Quantas vezes você não passou horas, dias, meses se preparando para um evento e, então, inesperadamente a vida lhe passou uma rasteira e fez seus planos irem água abaixo? Quantas vezes suas expectativas quanto a um encontro amoroso não foram frustradas? Quantas famílias não abriram mão de seus bens se preparando para o dito “fim do mundo”? Quantas vezes...? Isso não quer dizer que ter planos, projetos, perspectivas não seja importante; eles são a força motriz da humanidade e sem eles ficaríamos sem direção, mas sua realização depende de nossas ações no hoje e é inútil pretender ter certeza dos resultados.

Como diz a sabedoria popular: “O amanhã a Deus pertence”, e, de acordo com meu amigo Maurício Chaves: “Se a gente soubesse o que iria acontecer amanhã, a vida não teria graça”. 

Portanto, semeia a semente do amanhã hoje - nutrindo-a com atenção e carinho, regando-a dia após dia, protegendo-a das intempéries, esperando com paciência seu germinar.



Nota: No livro O Fator Maia, publicado em 1987- o qual engloba misticismo, astrologia e arqueologia – o autor, José Argüelles, afirma que os maias, na realidade, previram que 2012 marcaria uma nova era de paz e harmonia na Terra. 




quinta-feira, 20 de dezembro de 2012



ORÁCULO DO PÃO DE 19 E 20 DE DEZEMBRO DE 2012

Sei que esta é uma época de alegria, mas às vezes bate uma



TRISTEZA 


Ao perceber que em muitos... 
a sensibilidade se esvaiu;
 a vida perdeu seu sentido sagrado;
 o congregar não mais existe.




E que o Natal perdeu sua essência.  


Portanto



Alimenta teu espírito dia após dia:



Plantando ao amanhecer a semente da vida em solo fértil;
Arando a terra para que esta produza bons frutos;
Colhendo a safra do dia ao anoitecer;
E descansando, por fim, nos braços da Paz.



Cláudia Coelho




terça-feira, 18 de dezembro de 2012


ORÁCULO DO PÃO DE 17 E 18 DE DEZEMBRO DE 2012




Minhas queridas seguidoras - rapazes desculpem o feminino, mas sei que a maior parte do meu público é formado por mulheres - neste atribulado fim de ano vou postar simples mensagens a cada dois dias. Espero que elas lhes tragam luz nesta época  que para alguns é de festa; mas para outros motivo de dor.

PRUDÊNCIA


Saber esperar o momento certo para
a ação certa.  
Sem se esquecer de que
a ousadia é, depois da prudência, 
condição essencial para a felicidade.


Cláudia Coelho



domingo, 16 de dezembro de 2012


ORÁCULO DO PÃO DE 16 DE DEZEMBRO DE 2012
(Não deixem de ler o post de 15 de dezembro)


NADA A DIZER A NÃO SER QUE ...



 A VIDA AGONIZA NAS ÁGUAS, NA TERRA, NO AR; 




NO VIR A SER.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012



ORÁCULO DO PÃO DE 13, 14 E 15 DE DEZEMBRO DE 2012





Por estar preparando meu material para a Roda de Conversa da Feira Orgânica do Ibirapuera do dia 15, decidi postar uma única mensagem para os três dias acima. 


DESABAFO III

(Leia até o final e não perca a história do coelhinho abaixo)


CRÔNICA CONTRA OS MAUS-TRATOS




Em um desses dias de calor infernal - que fazem um passeio pelo quarteirão parecer uma corrida pelas dunas do Saara - estava em casa trabalhando tão concentrada, com o ventilador ligado na potência máxima, que mal ouvi o telefone tocar. Era minha mãe e vizinha: 

- Cláudia, Cláudia liga pra portaria e vê o que está acontecendo! 

Seu desespero me fez sair do estado de torpor em que me encontrava (pois quando escrevo nada mais existe além de mim e o texto), e perguntei, no estilo clássico do livro que estava traduzindo: 

- Mama, que te afliges? 

-Você não está ouvindo os latidos?
-Que latidos? Respondi.
-Dos cãezinhos.
-Mas, que cãezinhos?
-Dos cãezinhos do apartamento no último andar do seu prédio. 

Não é fácil ter sua mãe morando no prédio ao lado, mas, em certas ocasiões é uma benção. 

Desliguei o rádio que sempre toca baixinho, meu som ambiente e proteção contra as buzinas que não param de tocar na rua onde moro, e o que ouvi? Cãezinhos latindo, ganindo, uivando, desesperados, batendo com as patinhas no que parecia ser uma porta de vidro. 

Tomada pelo espírito de “paladina” da justiça liguei para a portaria para descobrir o que estava acontecendo, e adivinhe qual foi a resposta?

-Ah, Dona Cláudia (odeio que me chamem de dona), a gente não sabe donde vem.

- Vem do 17º andar, tenho certeza, minha mãe me falou.
- Mas, o que a gente pode fazer?


- Pegue o interfone e ligue para cada um dos apartamentos do 17º andar para tentar descobrir o que está acontecendo! Respondi com meu característico tom professoral.

-Mas, a gente..., fica chato...

- Chato? Sabe o que é chato?  Alguém chamar a Sociedade Protetora dos Animais.  

Desliguei o interfone e esperei – um minuto, dois minutos... dez minutos e os pobrezinhos não paravam de latir. Nesse meio tempo, fiquei sem ação, olhando para meu gato dormindo como um rei, um vira-latinha tratado a pão de ló. E, então, meu instinto falou mais alto.

Intrépida, peguei o elevador até o 17º andar, decidida a descobrir, pelo menos de qual apartamento vinham os latidos e pensando qual seria a melhor providência a ser tomada. Quando lá cheguei a moradora do 171 estava com a porta aberta conversando com o porteiro:

- Acho que vem do 173. Dizia, ela. 
- Mas eles estão sozinhos? Interrompi.
-Não a diarista está aí.

Sem pensar duas vezes bati à porta e me deparei com uma pobre coitada, não no sentido pejorativo - com o olho roxo e vários pontos no supercílio – imagino o que pode ter causado tal estrago, mas não ousei perguntar.

Então, entrei no apartamento (alguns me criticaram por isso; outros me incensaram) e o que vi? Duas cadelinhas beagle, aflitas, presas na varanda do apartamento. Sem pestanejar abri a porta e tal foi a alegria das pequenas que quase fui derrubada por elas - elas me lamberam, pularam em cima de mim e em seguida foram direto para o pote de água.  Pareciam ter chegado de uma peregrinação pelo deserto do Atacama.

Qual foi a justificativa da diarista?

- Eu precisava passar aspirador na sala.

Quanto tempo é necessário para passar aspirador em uma sala de 2 x 3 metros quadrados? Minha diarista faz o mesmo trabalho em, no máximo, cinco minutos, e muito bem feito.
Por fim, com as duas cadelinhas nos braços fui até a varanda e quem vi do outro lado? Minha mãe e sua secretária, Edi, batendo palmas.

Sem dúvida, esse foi um dos momentos mais gratificantes de minha vida. Senti-me uma heroína.



Esta não sou eu, mas, sim, Cida, incansável protetora dos animais

Horas depois, entrei em contato com a proprietária do apartamento, com o intuito de me desculpar por ter tomado tal atitude – receosa de que ela dissesse que eu havia invadido sua casa.

Para minha surpresa e alegria, ela, além de me agradecer, disse que estava grata, pois já desconfiava que “algo de estranho” estava acontecendo. Suas cadelinhas, antes alegres e brincalhonas, estavam sempre amuadas, escondidas em um canto e rechaçavam qualquer um que tentasse chegar perto delas.




Como pode alguém permanecer impassível ao sofrimento de outro ser?

Infelizmente, hoje o descaso, a negligência e os maus-tratos em relação à natureza, em seu sentido lato, imperam. 

A maior parte da humanidade, acostumada à abundância da Mãe Terra, ainda não se deu conta de que seus recursos são finitos e continua tratando com desdém o solo, os rios, o ar, as plantas, os animais, as crianças, o próximo...   

Mas, é possível alegar inconsciência perante às inúmeras campanhas em prol da sobrevivência do planeta? Como não saber a extensão do mal causado à Terra ao se desperdiçar uma simples gota d’água?



Cláudia Coelho



A história dos cãezinhos além de trazer à memória a história do pintinho postada em 04 de dezembro, a qual serve de contraponto para a crônica acima, fez-me lembrar de que ainda não havia postado o depoimento de minha amiga Sônia Maria sobre o coelhinho, o qual segue abaixo. 



Cláudia: Sônia, me conta a história do coelhinho. 

Sônia: Bem, um dia eu estava lá em casa e fiquei sabendo que a coelha da vizinha tinha dado cria e que ela tinha resolvido doar os coelhinhos. Então, fui até lá, e escolhi um deles - o Ted. Esse foi o nome que resolvi dar pro coelhinho.

Fiquei com ele, dormia com ele. Ele era pequenininho, filhotinho. Lindo! Era preto e branco e tinha uma mancha pretinha em volta dos olhos. Parecia um piratinha. Ele foi crescendo comigo, eu dava comida, buscava mato pra ele, pegava cenoura – picava- e ele comia tudo, mas só na minha mão. 

Aí, o Ted foi crescendo, crescendo, e eu continuando a cuidar dele e toda vez que eu batia palma ele pulava em mim. 

Ele era impossível, subia na minha cama e me chamava do mesmo jeito que eu fazia; “batendo palma”. Ele não dormia com mais ninguém; sempre comigo. Eu até tentei afastar ele, mas não teve jeito. 

Então, um dia, eu peguei na granja uma coelha linda pra ele cruzar  -  naquela época não existia Pet Shop. 

A coelha ficou lá em casa durante uma semana. O Ted e ela até ficaram amigos, mas nada de ele querer cruzar. E o mesmo aconteceu com todas as coelhas que eu trouxe pra casa, o Ted era fiel a mim.

C: E que fim deu a história?  

S: O Ted nunca se interessou por uma fêmea e ficou lá em casa até velhinho, sem nunca cruzar com nenhuma coelha. Ele era realmente apaixonado por mim, não me largava - era meu companheiro - aonde eu ia, lá tava ele.Você acredita? E morreu de velhinho. Os bichinhos se apaixonam por mim! 

C: E, por que os bichinhos se apaixonam por você?

S: Cláudia, acho que eles se apaixonam por mim, porque eu adoro todos eles.  

C: O coelhinho deixou de lado seu instinto, se tornou seu companheiro e nunca cruzou com uma coelha. Ele morreu virgem?

S: Pois é, morreu velhinho com cerca de 15 anos, virgem e sem nenhuma namorada. Ele nunca ficou atraído por uma coelha, coelho ou qualquer outro bichinho, acredita? Tava sempre do meu lado, não saía do meu pé. E assim foi durante toda a vida.
Bem, Cláudia, por hoje é só. Da próxima vez que a gente se encontrar vou contar a história do Bruce, meu cão adorado que viveu comigo por 15 anos.