sábado, 25 de maio de 2013

O AUTOVALOR DA


Não alimente o ódio, o rancor e a indignação dentro de ti – eles só te farão refém, mantendo-te preso ao passado, a um lugar onde não queres estar.  Mira no futuro. Talvez aquilo que te faz sofrer hoje é o que te impulsionará a um porvir gratificante.

Cláudia Coelho


O texto abaixo foi escrito com o intuito de mostrar o valor da autoestima a um grupo de crianças - fruto de famílias disfuncionais - que participam de um projeto de evangelização sem qualquer vínculo religioso.



Certo dia uma professora da “Escola da Vida” entrou na sala de aula e percebendo que seus alunos estavam muito tristes resolveu lhes contar uma história.

“Era uma vez um ser muito sábio e amoroso; ele tudo sabia e tudo via, mas vivia triste, pois estava só.
Então, certo dia, ele teve uma ideia. Decidiu criar outros seres, filhos, “à sua imagem e semelhança”, ou seja, parecidos com ele, no entanto, não exatamente iguais a ele, e colocou dentro de cada um uma sementinha que eles teriam de cultivar – regar todos os dias – para que ela desse frutos.
E assim foi feito.

Os alunos escutavam as palavras da professora com atenção. 



No entanto, a água que deveria ser usada para regar a semente era muito especial e vinha da fonte da autoestima.”
- Fonte da autoestima? Mas o que é isso professora? Perguntaram os alunos.
- Bem vamos começar do começo. Respondeu a professora. O que é estima?
- Essa eu sei! Disse uma das alunas. Estimar é gostar, apreciar.



- Muito bem! Respondeu a professora. E, então, o que é autoestima? Perguntou com o dedo indicador apontando para o peito e continuou. É gostar de si mesmo, apreciar o que a gente faz, ter prazer no nosso dia-a-dia, acreditar que vamos conseguir conquistar o que queremos. Isso não quer dizer que sejamos perfeitos, mas gostar da gente mesmo é bom demais!

- A gente tem de se valorizar! Berrou outro aluno do fundo da sala.



- Isso mesmo, com nossas qualidades e defeitos. Temos de ter orgulho daquilo que fazemos, de quem somos; acreditar que temos a capacidade de superar as dificuldades e obstáculos que temos pela frente. Mas, continuou a professora, não se esqueçam de que é importante respeitar os outros e suas diferenças. Gostar da gente é muito bom! Mas não podemos acreditar que outra pessoa seja menos do que nós só por que ela é diferente - tem outro jeito de falar, tem outra religião, tem outra cor de pele – isso é tolice. Lembrem-se de que aquele que nos criou colocou uma sementinha diferente dentro de cada um de nós, portanto não somos iguais. Quando vocês virem alguém fazer algo de bom, busquem seguir o exemplo; quando alguém fizer algo de mau, de nada adianta criticar. Se ele for seu amigo, alguém de quem você gosta, dê “um toque”, se não for, deixe de lado. O Criador nos deu o livre-arbítrio, ou seja, somos livres e responsáveis por aquilo que escolhemos fazer de nossa vida.
Portanto, não se esqueçam de valorizar seus verdadeiros amigos, pois o verdadeiro amigo não é aquele que só nos elogia e acha que tudo que fazemos é bom. O verdadeiro amigo é aquele que de vez em quando nos dá um “puxão de orelha”, mas faz isso porque nos ama e quem ama cuida. Nossos amigos são mensageiros do Criador.


Mais uma coisa sobre a autoestima. De vez em quando erramos, mas como o mundo em que vivemos é uma escola, o importante é aprender com nossos erros.   

E por fim a professora disse:

- É verdade que por vezes, quando olhamos em volta, nos sentimos injustiçados, nos revoltamos, temos inveja – o que só faz mal para nós mesmos - tantos têm muito mais do que nós, mas será que eles são felizes? Não sabemos. Conheço muitas pessoas que tudo tem em termos materiais, mas nada, em termos espirituais - pessoas vazias, que vivem em um mundo de aparências, sem amigos verdadeiros – um dos maiores presentes que podemos ter, pois eles são raros e como dizem, podem ser contados nos dedos de uma só mão. Esses que parecem tudo ter vivem cercados de interesseiros, gente em quem não podem confiar. Que tristeza!!!

A vida que você tem hoje é tudo que possui e ela pode levá-lo a crescer e evoluir. Basta saber como usá-la. Nosso Criador, que tudo sabe, nos colocou no lugar certo para que a gente possa evoluir. A vida é como um trampolim onde você pula, pula, pula, pega impulso e voa. Quantas pessoas bem sucedidas não tiveram uma infância humilde, vieram de lares desestruturados, tristes, moraram em lugares horríveis e com força de vontade e perseverança conseguiram seu espaço no mundo – afinal, cada um de nós tem o seu lugar reservado, basta regar a sementinha com a água especial da fonte da autoestima e a do amor, que o Criador também colocou dentro de todos. Coloque amor em tudo que faz – essa é a maior força que temos. Por vezes achamos este mundo injusto, mas aquele que tudo sabe, que observa o universo de cima, faz tudo do jeito certo, na hora certa.

Não alimente o ódio, o rancor e a indignação dentro de si – eles só o manterão preso ao passado. Mais uma vez, não se sinta injustiçado. Mire no futuro. Quem sabe se aquilo que o faz sofrer hoje, se bem utilizado, não será exatamente o que o levará a um futuro feliz?  Quantas flores lindas não nascem no deserto?


Portanto, meus alunos, desejo a vocês muito amor e um Bom Dia! Lembrem-se: um dia só é bom quando colocamos nele coisas boas; caso contrário ele será um mau dia e tenho certeza que nenhum de vocês quer isso.

E, como lição de casa vou dar a vocês a seguinte tarefa: escrevam em uma folha de papel tudo que querem para sua vida, pensem sobre como podem consegui-lo e bola para frente. Façam como o jogador de futebol que mira no gol, monta a jogada e enfia a bola na rede; como o corredor que mira na linha de chegada e corre atrás de seu objetivo sem olhar para os lados para não se distrair. Mas, lembrem-se de que todos eles treinaram muito, superaram suas dificuldades, riram e choraram e por fim, chegaram lá. Assim como vocês chegarão. Tenho certeza!


- Ah! Mais uma coisinha: agradeçam todos os dias o dom de estar vivo. A vida é o maior presente que recebemos do Criador! Façam dela o melhor que puderem!




Em seguida, soou o sinal do recreio, e todos se retiraram da sala, com um sorriso nos lábios e outro no coração!
Com um beijo em sua autoestima,
Cláudia Coelho




Cláudia Coelho

domingo, 12 de maio de 2013


DOMINGO, 12 DE MAIO DE 2013


DIA DAS MÃES





Hoje acordei com vontade de dedicar o dia a minha mãe. Sinto que após ter passado pelo momento crítico da depressão que atinge quase todas as mulheres que chegam à casa dos 50 - a maior parte das pessoas considera isso uma “grande bobagem” - tanto os jovens, pois hoje a maior parte das mulheres de 50 está no auge de seu vigor; quanto os mais velhos, que por vezes chegam a nos chamar de crianças, com a vida “toda” pela frente (bem, pelo menos parte dela) e tanto a realizar – tudo isso é verdade - mas não há como negar que após os 50 o  “tic-tac” começa a bater mais forte e rápido - já ultrapassamos mais da metade de nossa vida (mesmo com todos os avanços da medicina) e nosso corpo por mais cremes anti-idade que usemos, ou abdominais que façamos, começa a mostrar seus sinais, principalmente para as mulheres – só quem passou pelos calores do climatério sabe o que estou dizendo. Aqui vale a pena um parêntese - dias atrás, após dois anos e meio sem ver um tracinho de sangue em minha calcinha, menstruei e pensei: quando jovens, execramos esse período de alteração hormonal que ocorre a cada mês e que de modo geral nos torna irascíveis, instáveis, querendo que o mundo acabe em barranco - aos 50, esse é um período de glória, ainda nos sentimos mulher.


Certa vez li que com o declínio do corpo, a sabedoria toma espaço: concordo em gênero, número e grau. Ao meditar, sobre a fase em que hoje me encontro percebo ser esta o início de um período de amadurecimento; o que implica parar de culpar o mundo e os outros por minhas frustrações, assumir responsabilidade pelo caminho que escolher daqui par frente, fazer um inventário do que me aconteceu e guardar no coração o que houve de bom e deixar para trás aquilo que não mais me serve - adquirir a sabedoria de que ainda temos muito a aprender.



Por isso esse Dia das Mães tem um significado especial para mim. Hoje mais do que ver minha mãe como a mulher que me trouxe ao mundo que, em minha imaturidade de filha, deveria ser a imagem da perfeição, a enxergo como uma mulher igual a mim: com erros e acertos; frustrações e realizações – uma pessoa que mesmo nos momentos de incerteza e insegurança quanto ao que fazer, seguiu seus princípios e arregaçou as mangas pelos filhos.
Uma mulher que a cada dia que passa mais admiro e mais sou grata por ter-me ajudado com seus princípios a me tornar a pessoa que sou.



Gostaria de terminar este relato fazendo uma confissão: no meu último surto de infantilidade em relação a minha mãe procurei meu pai e ele me deu o puxão de orelha e a bronca que eu precisava ouvir dizendo de modo simples, curto e grosso; próprio de seu estilo lacônico: “Ela é sua mãe!”. Para que mais? Naquela frase estava imbuído um significado que está muito além das palavras, que transcende a racionalidade.

Mesmo acreditando que o verdadeiro artista sempre carregue em si certo sentimento de frustração pela incerteza de conseguir transformar em matéria o intangível, ofereço a minha mãe a homenagem abaixo talhada em palavras – minha matéria-prima - assim como o barro é a do escultor.




ODE A MINHA MÃE

Aquela que me deu o bem mais precioso:
“A Vida”,
que me carregou em seu ventre por nove meses,
e me esperou com carinho e ansiedade (afinal eu era a primogênita).

Que me ensinou os primeiros passos,
as primeiras palavras,
e vibrou quando em meu primeiro aniversário
recebi os convidados à porta.

Aquela que passou noites e noites insone,
me ouvindo chorar por quatro anos,
e me silenciou ao se ajoelhar ao pé de minha cama
 e me ensinar a rezar o “Pai-Nosso”.

Aquela que orgulhosa, segurou em minha mão,
e emocionada me deu um beijo,
antes de me ver cruzar pela primeira vez os portões da escola.

Aquela que sempre lutou como uma leoa
para que eu e meus irmãos tivéssemos tudo que lhe fora negado.

Que quando triste e deprimida,
escondia as lágrimas,
e nos oferecia um sorriso acolhedor.

Que se descabelava, feliz, com quatro pimpolhos
correndo ao redor,
(nunca me esquecerei da foto em que
ela abraçava os quatro filhos, com o cabelo em desalinho,
rindo a valer).

Aquela que em minha adolescência me educou com
mão de ferro,
algumas vezes acertando; outras, errando,
mas sempre buscando fazer o melhor.

Aquela que, dessa forma, me ofertou os maiores bens que alguém pode almejar:
a integridade, a força de caráter, e a determinação.

Que me ensinou
 a verdadeira acepção do “amor incondicional”.

Mãe,
Você e eu temos nossas rusgas, quem não as tem,
elas fazem parte de um relacionamento sem máscaras,
 mas, tenho certeza, de que  o amor e admiração que temos uma pela outra
suplantam qualquer desavença que tivemos, tenhamos ou venhamos a ter.

Mãe,
Nós seus filhos, não somos perfeitos, mas além de amá-la,
nos amamos, nos respeitamos e torcemos uns pelos outros;
isso é uma benção.  

Portanto, você conseguiu com sua força e determinação realizar
a difícil tarefa que  se impôs –
criar uma verdadeira família;
uma linda família.
.
Filhos que mesmo imperfeitos, afinal a perfeição não é desse mundo,
possuem valores éticos e morais, - bens tão escassos na atualidade,
pessoas capazes de estabelecer relações baseadas na verdade, na honestidade e na consciência,
princípios básicos que sempre nortearam e continuam a definir as autênticas relações humanas.

Mãe,
Não deve ter sido sem angústia, que uma mulher como você que tem seus olhos e sentidos abertos ao mundo, viu os quatro filhos que criou e buscou
proteger do mal com unhas e dentes, lançarem-se à vida.
Você é a galinha que gostaria de ter seus “pintinhos” sempre sob suas
asas, mas saiba que seu trabalho foi muito bem feito.

Todos nós temos na alma uma árvore frondosa, fruto da
semente que você plantou quando nos concebeste,
cultivou durante nossa formação e continua a acalentar.

O maior bem que nos deste foi seu exemplo.


Wanda,
Muito obrigada por ser minha mãe.
Cláudia





quinta-feira, 9 de maio de 2013


GRITO DE INDIGNAÇÃO DE 8 DE MAIO DE 2013


 

SORDIDEZ MASCARADA


Edição do dia 07/05/2013 do Jornal Nacional
Itamaraty investiga denúncias de assédio sexual e moral em consulado


O Itamaraty recebeu três denúncias dos funcionários do consulado de Sydney, na Austrália, e um abaixo-assinado.
No documento, eles acusam o cônsul-geral, Américo Dyott Fontenelle e o cônsul-geral-adjunto, Cesar Cidade, de assédio moral e sexual, abuso de autoridade, humilhações e perseguições, racismo e homofobia.
Américo Fontenelle é cônsul-geral em Sydney desde 2010. Segundo os funcionários, ele já foi investigado por acusações semelhantes, em 2007, quando trabalhava no Canadá, mas a sindicância foi arquivada.

FACE A TAL DESCALABRO PERGUNTO:

Quando será dado um "Basta!" a esse tipo de violência?

Quando haverá leis eficazes que protejam as vítimas de assédio moral?

Quando deixaremos de banalizar a violência?




Assédio: insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. 
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa - versão 3.0


Infelizmente, o assédio, por sua natureza, em especial o moral - que pode ocorrer na família, nas empresas, nas escolas, no âmbito social e entre casais - não deixa marcas visíveis e, portanto, dificilmente, é passível de um processo judicial, em especial, por ser realizado por perversos narcísicos.

De acordo com o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais IV) esses indivíduos estão em toda parte E tem uma persona social impecável - ou seja são "cidadãos acima de qualquer suspeita - que escondem em seu interior megalomaníacos arrogantes, sem nenhum traço de empatia;  e que por acreditarem ser especiais, não enxergam o outro como pessoa, mas, sim, como objeto que existe para satisfazê-lo. 

Caso pudéssemos tirar um raio-x do interior desses predadores, observaríamos são seres vazios de alma, ao contrário de suas presas,  que sofrem em virtude dos ataques impetrados contra sua integridade mental, emocional e física - vítimas que passam a viver em constante estado de alerta à espera da próxima emboscada. 



Infelizmente, de modo geral, esses algozes escapam ilesos pois a violência que infligem a suas vítimas é "limpa". Extremamente sedutores, inteligentes e, de modo geral, admirados pela sociedade, ao perceberem que a vítima está próxima de seu limite, revertem o quadro: levam-na a se tornar agressiva, a parecer ingrata e, em casos extremos, a enlouquecer. 

Por desconhecimento, muitos profissionais da saúde mental ao se depararem com uma vítima de assédio moral, em especial o que ocorre entre casais, tratam o caso como se fosse mais um exemplo clássico de relação sadomasoquista. Tal atitude em vez de ajudar a vítima a criar subsídios internos para livrar-se do enredamento em que se encontra, faz com esta se sinta culpada pelo insucesso da relação.  

O assédio moral ocorrido em empresas é mais fácil de ser provado e, portanto, já se observa algumas iniciativas nesse sentido, mas como provar que aquele ser incorruptível - admirado por sua família, pela sociedade, com o qual você conviveu maritalmente por anos destruiu sua alma com suas ameaças veladas?  

Gostaria de, por fim, acrescentar que, acusar penalmente os que se utilizam de sua ascendência sobre o outro para assediá-lo moralmente, é sempre uma iniciativa longa e penosa e, por conta disso, muitas vítimas se calam...  


 ...pois, lamentavelmente, via de regra, a "culpa" recai sobre a presa e esta sem um interlocutor que a compreenda, inclusive entre seus familiares, sente-se cada vez mais isolada e confusa e, até onde é de meu conhecimento, não há qualquer associação de apoio às vítimas de assédio moral onde estas possam ser ouvidas e assessoradas em suas iniciativas. 

Houve nas últimas décadas pequenos progressos nessa área. Uma resolução adotada pela Assembleia das Nações Unidas, em novembro de 1985 em anexo à declaração dos princípios básicos de justiça relativos às vítimas da criminalidade e às vítimas de abuso de poder", define as vítimas de abuso de poder da seguinte forma: "Entende-se por vítimas pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido algum prejuízo, principalmente uma ofensa a sua integridade física ou mental, um sofrimento moral, uma perda material, ou uma injúria grave a seus direitos fundamentais, em virtude de atos ou omissões que não constituem ainda uma violação da legislação penal nacional, mas representam violações de normas internacionalmente reconhecidas em matéria de direitos humanos."

Acredito que ter o termo “vítima” definido pela Assembleia das Nações Unidas, seja, com certeza, um avanço. No entanto, faz-se necessário, estabelecer políticas e leis, para que os predadores de almas não mais consigam mascarar suas ações e sair incólumes de seus crimes. 

A marca deixada na alma, cravada com ferrete por um perverso, nunca desaparecerá. Com o tempo, ela pode chegar a se tornar tão sutil a ponto de quase não mais nos lembrarmos de sua existência, mas esta nunca nos abandonará, definindo de modo subliminar a maior parte de nossas ações. 

É possível destruir alguém apenas com palavras, olhares, subentendidos:
a isto se dá o nome de violência perversa ou assédio moral. 




Com beijos indignados com o assédio moral e sexual perpetrado por aqueles que acreditam estar no poder, 
Cláudia Coelho

PS: Ao procurar as fotos para ilustrar meu desabafo, deparei-me com um link do site "papo de homem" intitulado "50 maneiras de derrubar alguém", o qual dispensa comentários e cuja foto segue abaixo.




Clube da Luta





segunda-feira, 6 de maio de 2013


FRASE DO DIA DE 06 DE MAIO DE 2013


"Minha cruzada de todos os dias é ser íntegra comigo mesma"



Cláudia Coelho