domingo, 14 de abril de 2013


PARÁBOLA DO “BOM-DIA”

14 de abril de 2013 – Domingo




Era uma vez uma menininha rabugenta que já acordava reclamando de tudo: do café da manhã, não importa o que a mãe preparasse para agradá-la; do clima, pois se estivesse quente ela iria passar calor, se estivesse frio ou chovendo, teria de sair com o guarda-chuva - da escola, da professora, dos colegas, da lição de casa...  enfim, nada nunca era bom o suficiente; nem os desenhos animados que passavam na TV.
Certo dia, a mãe sem mais saber o que fazer para contentá-la e com a paciência no limite, perguntou:
- Minha filha, você gostaria de ser uma dessas crianças doentes que vivem em um hospital?
- Claro que não, ela respondeu.
- Já imaginou se você não tivesse nem pai, nem mãe, e tivesse de morar em um abrigo e ficar todos os dias, pela manhã, em uma fila esperando por um pão seco e um copo de leite?
- Deus me livre! Exclamou a garota.
- Sabia que há crianças que nunca aprenderam e nem aprenderão a ler e a escrever?
- Jura?
- Sim! Respondeu a mãe. É verdade! Já pensou se você fosse uma delas?
- Portanto, continuou, comece a agradecer! Há alguns que nem sonham com o que você tem e por incrível que pareça são mais felizes que você. E completou:
- A partir de hoje, todos os dias ao acordar e ao dormir, diga: “Obrigada, Senhor, por tudo que tenho. Obrigada, Senhor, por mais um dia”.


A menina, além de rabugenta, era voluntariosa, e respondeu:



- Pra quê?
- Você verá. Tente!

A mãe sabia que as palavras têm poder.

A menina sem dar muito crédito à ela, ou mesmo, às palavras, a princípio, começou a “recitá-las”, todos os dias, de modo automático.  
No entanto, pouco a pouco, aquele “mantra” que parecia não ter sentido, começou a mudar a visão de mundo daquela garotinha que achava que tudo girava a seu redor – e, ela, por fim, começou a se dar conta do Universo infinito, cheio de possibilidades e nuances à sua volta.  
E, então, até o fim de seus dias a garotinha que se tornou moça, mulher e por fim uma senhora, nunca mais deixou de ter um sorriso na alma e nos lábios, fazendo questão de ofertá-lo ao próximo, em todos os momentos de sua vida; fossem eles felizes ou desafiadores.   

Essa parábola, por definição uma  simples alegoria,  traz imbuída em si três grandes lições: a da gratidão, a da humildade e a da responsabilidade e livre-arbítrio.

As duas primeiras são fáceis de apreender:



1 – Devemos ser gratos ao Universo (leia-se aqui: Deus, Senhor, Energia, Força Maior, Natureza... aquilo que esteja de acordo com seu juízo de valor), pela benção de estarmos neste mundo por mais um dia, pois apesar de suas incorreções, este é nossa grande Escola.


2 - Devemos ser humildes e perceber que mais do que sermos servidos, estamos aqui para servir, pois só a partir da doação conseguimos construir nosso sentido de autovalor.

Por fim, gostaria de explicar melhor a “lição” da responsabilidade e do livre-arbítrio.  


 O Universo em sua magnitude e sapiência, ao nos permitir estar nesta Escola por mais um dia, oferece-nos além da lição da gratidão e da humildade, a da Responsabilidade e a do Livre-Arbítrio (a maiúscula não é sem propósito), pois cabe a nós saber como usar o presente que o Universo nos ofertou da melhor forma possível.

Portanto, talvez, este, seja o momento nos livrarmos:

. Da garotinha ou do garotinho rabugento e voluntarioso que por vezes aflora em nós; indepentemente de nossa idade
. Do sentimento de que o Universo nos deve ou de que nos tirou algo;
. De hábitos e crenças arraigados e perniciosos.
. De ressentimentos que nos impedem de seguir adiante;
. Da sensação de que não somos bons o suficiente, em face da inversão de valores do mundo em que vivemos.
. Da vaidade e
. Da soberba.
            E de assumirmos:

. Uma postura madura perante a Vida;
. Uma atitude de doação, pois – apesar de ser lugar comum,  é “dando que se recebe”.
. Hábitos, crenças e relacionamentos saudáveis tanto do ponto de vista físico, mental quanto espiritual.
. Uma disposição que busque no presente uma ponte para o futuro que almejamos ter;
. A proposição de que é imprescindível Ser, para depois fazer e, por fim, ter.
. O despojamento e
. A simplicidade.

A lista acima é infindável e cabe a cada um de nós refletir sobre o que seu momento requer. O “livrar-se e assumir” é um processo que não se constrói de um dia para o outro; requer tempo, paciência, determinação e entendimento:

1)    Tempo, pois o processo se inicia com uma semente que, por vezes, demora a germinar;

2)    Paciência, pois ele é feito de pequenos passos e é preciso distinguir cada um deles;

3)    Determinação, pois, às vezes, “escorregamos” e mesmo tendo a sensação de termos voltado à estaca zero, precisamos ter forças para nos reerguer e continuar a caminhada; 

pois o...

4) Entendimento nos leva a enxergar que esse processo é feito de pequenas vitórias e de alguns deslizes. Recaídas acontecem e não devem ser fonte de culpa. Elas servem para nos mostrar que aquilo que semeamos anteriormente com determinação está consolidado e, por conseguinte, nos levará à próxima etapa.






Lembre-se de que o Universo está sempre em movimento e, portanto, quando você se move este conjura a seu favor, ajudando-o a trilhar SEU caminho, rumo a SUA felicidade!  

Beijos de quem está na trilha do “livrar-se e assumir”,
Cláudia Coelho



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