GRITO DE
INDIGNAÇÃO DE 8 DE MAIO DE 2013
SORDIDEZ
MASCARADA
Edição do dia 07/05/2013
do Jornal Nacional
Itamaraty
investiga denúncias de assédio sexual e moral em consulado
O
Itamaraty recebeu três denúncias dos funcionários do consulado de Sydney, na
Austrália, e um abaixo-assinado.
No
documento, eles acusam o cônsul-geral, Américo Dyott Fontenelle e o
cônsul-geral-adjunto, Cesar Cidade, de assédio moral e sexual, abuso de
autoridade, humilhações e perseguições, racismo e homofobia.
Américo
Fontenelle é cônsul-geral em Sydney desde 2010. Segundo os funcionários, ele já
foi investigado por acusações semelhantes, em 2007, quando trabalhava no Canadá, mas a
sindicância foi arquivada.
FACE
A TAL DESCALABRO PERGUNTO:
Quando
será dado um "Basta!" a esse tipo de violência?
Quando
haverá leis eficazes que protejam as vítimas de assédio moral?
Quando
deixaremos de banalizar a violência?
Assédio: insistência impertinente, perseguição,
sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém.
Fonte:
Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa - versão 3.0
Infelizmente, o assédio,
por sua natureza, em especial o moral - que pode ocorrer na família, nas
empresas, nas escolas, no âmbito social e entre casais - não deixa marcas visíveis
e, portanto, dificilmente, é passível de um processo judicial, em
especial, por ser realizado por perversos narcísicos.
De acordo com o DSM IV
(Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais IV) esses indivíduos
estão em toda parte E tem uma persona social impecável - ou seja são
"cidadãos acima de qualquer suspeita - que escondem em seu interior
megalomaníacos arrogantes, sem nenhum traço de empatia; e que por
acreditarem ser especiais, não enxergam o outro como pessoa, mas, sim, como objeto
que existe para satisfazê-lo.
Caso pudéssemos tirar um
raio-x do interior desses predadores, observaríamos são seres
vazios de alma, ao contrário de suas presas, que sofrem em virtude dos
ataques impetrados contra sua integridade mental, emocional e física - vítimas
que passam a viver em constante estado de alerta à espera da próxima
emboscada.
Infelizmente, de modo
geral, esses algozes escapam ilesos pois a violência que infligem a suas
vítimas é "limpa". Extremamente sedutores, inteligentes e, de modo
geral, admirados pela sociedade, ao perceberem que a vítima está próxima de seu
limite, revertem o quadro: levam-na a se tornar agressiva, a parecer ingrata e,
em casos extremos, a enlouquecer.
Por desconhecimento,
muitos profissionais da saúde mental ao se depararem com uma vítima de assédio
moral, em especial o que ocorre entre casais, tratam o caso como se fosse mais
um exemplo clássico de relação sadomasoquista. Tal atitude em vez de ajudar a
vítima a criar subsídios internos para livrar-se do enredamento em que se
encontra, faz com esta se sinta culpada pelo insucesso da relação.
O assédio moral ocorrido
em empresas é mais fácil de ser provado e, portanto, já se observa algumas
iniciativas nesse sentido, mas como provar que aquele ser incorruptível -
admirado por sua família, pela sociedade, com o qual você conviveu maritalmente
por anos destruiu sua alma com suas ameaças veladas?
Gostaria de, por fim,
acrescentar que, acusar penalmente os que se utilizam de sua ascendência sobre o
outro para assediá-lo moralmente, é sempre uma iniciativa longa e penosa e, por
conta disso, muitas vítimas se calam...
...pois, lamentavelmente,
via de regra, a "culpa" recai sobre a presa e esta sem um
interlocutor que a compreenda, inclusive entre seus familiares, sente-se cada
vez mais isolada e confusa e, até onde é de meu conhecimento, não há qualquer
associação de apoio às vítimas de assédio moral onde estas possam ser ouvidas e
assessoradas em suas iniciativas.
Houve nas últimas décadas
pequenos progressos nessa área. Uma resolução adotada pela Assembleia das
Nações Unidas, em novembro de 1985 em anexo à declaração dos princípios básicos
de justiça relativos às vítimas da criminalidade e às vítimas de abuso de poder",
define as vítimas de abuso de poder da seguinte forma: "Entende-se por vítimas pessoas que, individual ou
coletivamente, tenham sofrido algum prejuízo, principalmente uma ofensa a sua
integridade física ou mental, um sofrimento moral, uma perda material, ou uma
injúria grave a seus direitos fundamentais, em virtude de atos ou omissões que
não constituem ainda uma violação da legislação penal nacional, mas representam
violações de normas internacionalmente reconhecidas em matéria de direitos
humanos."
Acredito que ter o termo “vítima”
definido pela Assembleia das Nações Unidas, seja, com certeza, um avanço.
No entanto, faz-se necessário, estabelecer políticas e leis, para que os
predadores de almas não mais consigam mascarar suas ações e sair incólumes de
seus crimes.
A marca deixada na alma,
cravada com ferrete por um perverso, nunca desaparecerá. Com o tempo, ela pode
chegar a se tornar tão sutil a ponto de quase não mais nos lembrarmos de sua
existência, mas esta nunca nos abandonará, definindo de modo subliminar a maior
parte de nossas ações.
É
possível destruir alguém apenas com palavras, olhares, subentendidos:
a
isto se dá o nome de violência perversa ou assédio moral.
Com
beijos indignados com o assédio moral e sexual perpetrado por aqueles que
acreditam estar no poder,
Cláudia
Coelho
PS: Ao procurar as fotos
para ilustrar meu desabafo, deparei-me com um link do site "papo de
homem" intitulado "50 maneiras de derrubar alguém", o qual dispensa
comentários e cuja foto segue abaixo.
Clube
da Luta
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