quinta-feira, 9 de maio de 2013


GRITO DE INDIGNAÇÃO DE 8 DE MAIO DE 2013


 

SORDIDEZ MASCARADA


Edição do dia 07/05/2013 do Jornal Nacional
Itamaraty investiga denúncias de assédio sexual e moral em consulado


O Itamaraty recebeu três denúncias dos funcionários do consulado de Sydney, na Austrália, e um abaixo-assinado.
No documento, eles acusam o cônsul-geral, Américo Dyott Fontenelle e o cônsul-geral-adjunto, Cesar Cidade, de assédio moral e sexual, abuso de autoridade, humilhações e perseguições, racismo e homofobia.
Américo Fontenelle é cônsul-geral em Sydney desde 2010. Segundo os funcionários, ele já foi investigado por acusações semelhantes, em 2007, quando trabalhava no Canadá, mas a sindicância foi arquivada.

FACE A TAL DESCALABRO PERGUNTO:

Quando será dado um "Basta!" a esse tipo de violência?

Quando haverá leis eficazes que protejam as vítimas de assédio moral?

Quando deixaremos de banalizar a violência?




Assédio: insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. 
Fonte: Dicionário eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa - versão 3.0


Infelizmente, o assédio, por sua natureza, em especial o moral - que pode ocorrer na família, nas empresas, nas escolas, no âmbito social e entre casais - não deixa marcas visíveis e, portanto, dificilmente, é passível de um processo judicial, em especial, por ser realizado por perversos narcísicos.

De acordo com o DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais IV) esses indivíduos estão em toda parte E tem uma persona social impecável - ou seja são "cidadãos acima de qualquer suspeita - que escondem em seu interior megalomaníacos arrogantes, sem nenhum traço de empatia;  e que por acreditarem ser especiais, não enxergam o outro como pessoa, mas, sim, como objeto que existe para satisfazê-lo. 

Caso pudéssemos tirar um raio-x do interior desses predadores, observaríamos são seres vazios de alma, ao contrário de suas presas,  que sofrem em virtude dos ataques impetrados contra sua integridade mental, emocional e física - vítimas que passam a viver em constante estado de alerta à espera da próxima emboscada. 



Infelizmente, de modo geral, esses algozes escapam ilesos pois a violência que infligem a suas vítimas é "limpa". Extremamente sedutores, inteligentes e, de modo geral, admirados pela sociedade, ao perceberem que a vítima está próxima de seu limite, revertem o quadro: levam-na a se tornar agressiva, a parecer ingrata e, em casos extremos, a enlouquecer. 

Por desconhecimento, muitos profissionais da saúde mental ao se depararem com uma vítima de assédio moral, em especial o que ocorre entre casais, tratam o caso como se fosse mais um exemplo clássico de relação sadomasoquista. Tal atitude em vez de ajudar a vítima a criar subsídios internos para livrar-se do enredamento em que se encontra, faz com esta se sinta culpada pelo insucesso da relação.  

O assédio moral ocorrido em empresas é mais fácil de ser provado e, portanto, já se observa algumas iniciativas nesse sentido, mas como provar que aquele ser incorruptível - admirado por sua família, pela sociedade, com o qual você conviveu maritalmente por anos destruiu sua alma com suas ameaças veladas?  

Gostaria de, por fim, acrescentar que, acusar penalmente os que se utilizam de sua ascendência sobre o outro para assediá-lo moralmente, é sempre uma iniciativa longa e penosa e, por conta disso, muitas vítimas se calam...  


 ...pois, lamentavelmente, via de regra, a "culpa" recai sobre a presa e esta sem um interlocutor que a compreenda, inclusive entre seus familiares, sente-se cada vez mais isolada e confusa e, até onde é de meu conhecimento, não há qualquer associação de apoio às vítimas de assédio moral onde estas possam ser ouvidas e assessoradas em suas iniciativas. 

Houve nas últimas décadas pequenos progressos nessa área. Uma resolução adotada pela Assembleia das Nações Unidas, em novembro de 1985 em anexo à declaração dos princípios básicos de justiça relativos às vítimas da criminalidade e às vítimas de abuso de poder", define as vítimas de abuso de poder da seguinte forma: "Entende-se por vítimas pessoas que, individual ou coletivamente, tenham sofrido algum prejuízo, principalmente uma ofensa a sua integridade física ou mental, um sofrimento moral, uma perda material, ou uma injúria grave a seus direitos fundamentais, em virtude de atos ou omissões que não constituem ainda uma violação da legislação penal nacional, mas representam violações de normas internacionalmente reconhecidas em matéria de direitos humanos."

Acredito que ter o termo “vítima” definido pela Assembleia das Nações Unidas, seja, com certeza, um avanço. No entanto, faz-se necessário, estabelecer políticas e leis, para que os predadores de almas não mais consigam mascarar suas ações e sair incólumes de seus crimes. 

A marca deixada na alma, cravada com ferrete por um perverso, nunca desaparecerá. Com o tempo, ela pode chegar a se tornar tão sutil a ponto de quase não mais nos lembrarmos de sua existência, mas esta nunca nos abandonará, definindo de modo subliminar a maior parte de nossas ações. 

É possível destruir alguém apenas com palavras, olhares, subentendidos:
a isto se dá o nome de violência perversa ou assédio moral. 




Com beijos indignados com o assédio moral e sexual perpetrado por aqueles que acreditam estar no poder, 
Cláudia Coelho

PS: Ao procurar as fotos para ilustrar meu desabafo, deparei-me com um link do site "papo de homem" intitulado "50 maneiras de derrubar alguém", o qual dispensa comentários e cuja foto segue abaixo.




Clube da Luta





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