A ORIGEM DO NATAL

A palavra natal vem do latim nātālis , termo derivado do verbo nāscor (nāsceris, nāscī, nātus sum) que significa nascer. De nātālis do latim, evoluíram também natale do italiano,noël do francês, nadal do catalão e palavra natal do castelhano foi progressivamente substituída por navidad, como nome do dia religioso. Já a palavra Christmas, do inglês, evoluiu de Christes maesse ('Christ's mass') que quer dizer missa de Cristo. Por conseguinte o adjetivo, “natal” significa também o local onde ocorreu o nascimento de alguém ou de alguma coisa: cidade natal, país natal, etc. 

O Natal ou Dia de Natal é comemorado na maioria dos países comumente em  25 de Dezembro – no entanto, em países eslavos e ortodoxos cujos calendários eram baseados no calendário juliano, como a Rússia e a Ucrânia, o Natal é comemorado no dia 7 de janeiro e no Japão em 22 de novembro.

O Natal - como festa religiosa - começou a ser celebrado no dia 25 de dezembro pela Igreja ocidental no século IV DC e pela Igreja oriental durante o século V. Muitos historiadores afirmam que a primeira celebração do Natal se deu em Roma, no ano 336 d.C, no entanto há registros que indicam que a celebração do Natal tem origem anterior e já era comemorado em meados do século II, na Turquia.

Originalmente, nessa data festejava-se o nascimento do Deus Sol em virtude do solstício de inverno no hemisfério norte (Dies Natalis Solis Invicti ) – data que marca o início do inverno no hemisfério norte e do verão no hemisfério sul.

No século III D.C., a Igreja Católica passou a usar essa data para comemorar o nascimento de Jesus de Nazaré a fim de converter os povos pagãos sob o domínio do Império Romano. O Natal tornou-se então o momento mais importante das festividades de fim de ano e, no cristianismo, o marco inicial do Ciclo do Natal que dura doze dias.

Embora o Natal seja tradicionalmente um feriado cristão, ele é amplamente celebrado por muitos não-cristãos e alguns de seus costumes populares e temas comemorativos têm origens pré-cristãs ou seculares. E passou a constar do Cronógrafo Anual (Chronographus Anni CCCLIV) - um calendário ilustrado – como festa cristã liturgica em 354 DC. Antes dessa data, no cristianismo oriental o nascimento de Jesus já era celebrado durante a Epifania de 6 de janeiro, festa que comemorava a primeira manifestação de Jesus Cristo como enviado de Deus Pai – que ocorreu perante os magos do oriente ou Três Reis Magos.

 A comemoração em 25 de dezembro chegou ao oriente somente tempos depois: em  Antioquia, pelo teólogo e escritor cristão João Crisóstomo, também conhecido como São João Crisóstomo no final do século IV, provavelmente em 388 DC, e em  Alexandria somente no século seguinte. Mesmo no ocidente, o ritual de celebração da natividade de Jesus em 6 de janeiro parece ter continuado até depois de 380.

No ano 350, o Papa Júlio I, após uma investigação pormenorizada, proclamou o dia 25 de Dezembro como data oficial do nascimento de Jesus e, em 529,  o Imperador Justiniano declarou-a feriado nacional.

Muitos costumes populares associados ao Natal foram criados independentemente da comemoração do nascimento de Jesus. São elementos dos festivais pré-cristãos que eram celebrados durante o solstício de inverno por populações pagãs, que tempos depois se converteram ao cristianismo. Esses rituais, ao longo dos séculos, foram incorporados e sincretizados ao Natal.

O espírito do Natal tem-se modificado continuamente desde sua instituição. Durante a Idade Média chegou a ser considerado uma festa carnavalesca e durante a Reforma Protestante do século XIX  passou a ser um feriado orientado para a família e centrado nas crianças. Além disso, a celebração do Natal foi proibida, em mais de uma ocasião, dentro da cristandade protestante por ser considerada uma festa pagã e contrária aos princípios bíblicos

Mosaico de Jesus como Christo Sole (Cristo, o Sol), no Mausoléu M na necrópole do século 4 localizada sob a Basílica de São Pedro, em Roma.

Dies Natalis Solis Invicti

Dies Natalis Solis Invicti significa "aniversário do sol invicto".

Estudiosos modernos argumentam que as festividades do solstício de inverno nenhuma relação têm com o nascimento de Cristo. No entanto, alguns dos primeiros escritores cristãos vinculam o “renascimento” do sol com o nascimento de Jesus. "Ó, quão maravilhosamente agiu a Providência para que Cristo nascesse no mesmo dia do sol", escreveu Cipriano e  João Crisóstomo declarou: "Eles chamam isso de 'aniversário do invicto'. Há alguém tão invencível quanto Nosso Senhor...?".

Há muita especulação sobre o tema, inclusive quanto à data e ao local exatos do nascimento de Jesus, da existência dos três Reis Magos, se Jesus seria ou não o Filho de Deus...

Mas, acredito que isso seja o menos importante. É imprescindível esquecermos o fator econômico e mercantilista que hoje envolve o Natal, e tantas outras comemorações, e recuperar a essência desse momento, presente em todas as culturas: a confraternização, a fraternidade e o renascimento do Cristo vivo em nós e resgatar a mensagem simples de Jesus: “Ama o próximo como a ti mesmo”.

Cristo: do grego gr. khristós,ê,ón “ungido”, pelo lat. Christus,i “filho de Deus”.

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