segunda-feira, 7 de janeiro de 2013


ORÁCULO DO PÃO DE 07 DE JANEIRO DE 2013


Não deixe de ler o pedido do oráculo do pão de 06 de janeiro.


Nossa Mãe Terra não é mais uma criança, tornou-se uma mulher madura, e assim como nós, também, sente o efeito do desgaste natural do tempo e o descaso daqueles que imaginam ser seus recursos infinitos. Portanto dedico a ela uma adaptação de um texto de ninguém menos que Mário de Andrade:


“Manifesto da Mãe Terra”




Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro, por isso peço que cuides de mim.

Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas e partilhou-a com seus amigos.
As primeiras foram chupadas com displicência, mas hoje faltam poucas, portanto é imprescindível roer o caroço.

Não há tempo mais para lidar com mediocridades.
Não quero ser assunto de reuniões nas quais desfilam egos inflamados.
Inquieta-me observar os invejosos que destroem a natureza que dizem admirar, cobiçando construir substitutos para ela.

Não há mais tempo para conversas intermináveis, para ouvir discussões sobre vidas alheias.

Não há mais tempo para lidar com melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos e pouco sabem a meu respeito.

Detesto estar no meio de discussões daqueles que brigam pelo “majestoso” cargo de secretário geral do coral do bairro.
Infelizmente, hoje pouco se discute conteúdo, apenas rótulos.
Meu tempo está se tornando cada vez mais escasso para desperdiçá-lo com debates de rótulos. Preciso que a essência seja discutida, minha alma tem pressa.

Como as poucas jabuticabas que restam na bacia, quero participar da vida de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, que não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge da mortalidade, tanto sua quanto minha.

Quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer à pena.

E para mim, basta o essencial !!!


                Adaptação do poema “O Valioso Tempo dos Maduros” de Mário de Andrade





"Abençoado seja o Filho da Luz que conhece sua Mãe Terra, pois ela é a doadora da vida."


Evangelho Essênio da Paz



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