terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

 ORÁCULO DO PÃO DE 05 E 06 DE FEVEREIRO DE 2013!!!!

MAIS UM...


O QUE TIRIRICA, PALHAÇO, SHOWMAN E DEPUTADO FEDERAL MAIS VOTADO NO PAÍS APESAR DE MAL TER CONCLUÍDO O ENSINO FUNDAMENTAL, TIDO POR MUITOS COMO ANALFABETO, E CLÁUDIA COELHO, PROFESSORA, TRADUTORA E ESCRITORA, COM PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA TEM EM COMUM? MUITA COISA!!!




Desiludido, Tiririca quer voltar a ser palhaço
(Publicado na edição online da Folha de São Paulo em 05 de fevereiro de 2013)


Desiludida, Cláudia quer voltar a lecionar
(Publicado no ritualdoalimento.blogspot.com.br em 05 de fevereiro de 2012)


Leia o texto abaixo que contrasta a realidade de Tiririca, e a de Cláudia Coelho - qualquer semelhança é mera casualidade. 

(T: texto com referência a Tiririca)
(C: texto com referência a Cláudia Coelho)

T: Deputado mais votado no país em 2010, Everaldo Silva (PR-SP), vulgo Tiririca, quer voltar a ser só palhaço. Desiludido com a política, ele disse à Folha que não disputará mais eleições e, findo seu mandato, em fevereiro de 2015, irá se desfiliar do PR.
C: Uma das participantes de maior destaque da turma que se formou no Curso de Tradutores e Intérpretes da Associação Alumni em 2010, Cláudia quer voltar a lecionar: "Não que tenha desistido de traduzir", declara a tradutora, "mas não mais pretendo traduzir livros por atacado. Reconheço ser importante que o tradutor cumpra prazos, mas estes tem de ser exequíveis".  
T: Na metade da legislatura, Tiririca, que se elegeu com a promessa de descobrir o que faz um deputado, disse que já entendeu que "não dá para fazer muita coisa".
C: Mesmo sem ter atingido renome no mercado editorial, Cláudia, sempre foi elogiada por seu trabalho. Idealista, ao se formar pela Alumni, tinha como objetivo se especializar em tradução literária por acreditar que teria espaço para criar e transmitir ao leitor brasileiro o conteúdo das obras que traduzia com fidelidade, fluidez e precisão linguística. Hoje, após ter traduzido mais de nove títulos, sente-se frustrada: “ Na maior parte das vezes, cumprir prazos é mais importante do que a qualidade do trabalho apresentado”.
T: O desalento, no entanto, não é a razão para deixar o salário de R$ 26.7 mil, verba de gabinete de R$ 97.200 e direito a apresentar R$ 15 milhões em emendas.
C: O desalento de Cláudia, no entanto, não se resume à questão dos prazos: "No Brasil os tradutores são obrigados por contrato a  abrir mão dos direitos autorais a que têm direito - prática que não é praxe em outros países, como, por exemplo, nos Estados Unidos, que mesmo tendo como política econômica o lucro, considera o ofício do tradutor".
T: A justificativa é a falta de tempo para se dedicar ao que mais gosta: fazer shows (que lhe rendem mais dinheiro do que a Câmara). "Eu sou artista popular. Aqui me prende muito. A procura pelos shows é enorme e não dá para fazer", afirma ele
C: Sua justificativa para voltar a lecionar e não só se dedicar á tradução é , por conta dos prazos "apertados", ter de abrir mão das coisas que mais aprecia -  fazer exercícios, estar em contato com os amigos e com a família : “Sou uma pessoa que adora trocar ideias, criar, estar em contato com pessoas sedentas por conhecimento e o trabalho de tradutor é muito solitário. Sinto-me presa e, por vezes, obrigada a abrir mão de momentos extremamente gratificantes”, relata, Cláudia.
T: Acompanhar o crescimento de sua filha de três anos é outra razão. "Esses dias ela saiu nadando, é muito massa." Pai de seis filhos, Tiririca diz que não pôde estar perto dos demais e não quer repetir o erro com a pequena.
C: Não ter condições de acompanhar o crescimento de sua sobrinha é outro motivo: “Quando a encontrei, dia desses, ela já estava começando a ensaiar os primeiros passos e, infelizmente, não presenciei o processo do engatinhar ao caminhar. Que pena!!!!!!!!!!! Esse é um momento impossível de resgatar, mas quero partilhar os que ainda estão por vir.”
T: Quando voltar aos palcos, ele promete não fazer piada sobre política. "Quando a gente está fora acha que deputado não faz nada, mas eles trabalham para caramba”.
C: Cláudia não quer abandonar o trabalho como tradutora, mas acrescenta: “De modo geral, as pessoas acreditam que basta falar bem uma língua e usar o Google tradutor para fazer um bom trabalho, mas traduzir é um trabalho que demanda muito estudo, pesquisa, dedicação... Cada texto apresenta um desafio diferente”.
T: Nestes dois anos na Câmara, Tiririca diz ter aprendido muito: "Aqui é uma escola. Se aprende muito, podemos tanto seguir o caminho legal, quanto, 'o outro caminho" - o qual diz nunca ter sido convidado a entrar; porem, descobriu, que política não faz parte de seu projeto pessoal.   
C: Cláudia desabafa: “Aprendi muito nesse tempo em que me dediquei com afinco à tradução e não pretendo 'jogar pelos ares' a experiência que acumulei , ao contrário estou à procura de um espaço para ministrar minha 'Oficina de Tradução de Gêneros Textuais' e continuar a traduzir. Mas, a partir de agora vou usar outros parâmetros para selecionar meus trabalhos - e não vou me submeter, como nunca me submeti, ao que algumas editoras sugerem: ‘Dê um tapa, faz um pente fino, ninguém vai ler’. Quem garante?”.
T: Tiririca já deixou de lado os ternos importados (Armani e Hugo Boss) que usava para imitar boa parte dos líderes do Congresso. Adotou um visual mais moderno, que inclui paletó de veludo colorido, calça jeans e gravatas inusitadas. Agora, mandou fazer camisas personalizadas. Pediu um tecido que se adapte ao clima seco de Brasília.
C: Cláudia não quer mais ter de seguir modelos preestabelecidos do que significa ser uma boa tradução e sempre se lembra do conselho de sua grande mestra, Lúcia Haddad: “A tradução tem de ser fluente, não pode ter sotaque”. E, completa: “Uma boa tradução tem de se adaptar ao ‘clima’ e linguajar do original".
T: Os novos trajes já renderam brincadeiras entre os deputados, mas também ajudam Tiririca a se entrosar. Durante seu tempo de permanência na Câmara, conseguiu fazer pelo menos oito amigos, entre eles o candidato à presidência da Câmara, deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que perdeu a disputa ontem: "É um cara bacana", declara, Tiririca.
C: “Minha abordagem quanto ao processo tradutório já foi execrada e incensada. Portanto, decidi-me manter fiel aos meus princípios e partilhar minhas ideais com aqueles que tenham algo a acrescentar a meu trabalho”, declara, Cláudia.
T: Sobre o fato de ainda não ter discursado na tribuna da Câmara, desconversa: Para falar o quê? Nenhum de meus projetos foi aprovado. No dia que for, eu subo para agradecer”.
C: Ao ser questionada sobre como se posiciona perante às editoras, Cláudia diz: “Já me expus até demais e poucas das sugestões que fiz para que o tradutor tivesse mais suporte e feedback durante seu trabalho foram aceitas – na maioria das vezes trabalhamos 'no escuro', contando com a ajuda de colegas. Meu sonho é um dia poder incluir em um livro uma ‘Página de Agradecimento do Tradutor’, a qual não existe, mas deveria - traduzir é um trabalho de "várias mãos". 
Lembro-me de ter lido ou ouvido a declaração de João Ubaldo Ribeiro que, por ser fluente em alemão, decidiu traduzir um de seus livros para esse idioma e declarou: ‘Nunca pensei que traduzir fosse tão mais difícil que escrever’.  



SABEDORIA NÃO SE COMPRA, NÃO SE ATINGE COM DIPLOMAS ...
ADQUIRE-SE COM A VIDA!


A todos os amantes da arte de traduzir, 
Cláudia Coelho



PS: Alguns amigos e conhecidos têm me perguntado: Por que escolher como paralelo Tiririca?". Por um único motivo: ele se sentir preso.
                                                                                                                                                                                                                                              

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